Sérgio Lima/Poder360
Deputados estaduais que integram a base de apoio ao governador Paulo Câmara se manifestaram contra as falas do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que, em reunião interna revelada pela imprensa, categorizou o Movimento Negro como “uma escória maldita que abriga vagabundos”. Segundo áudio obtido pelo jornal Estado de S. Paulo, Camargo ainda teria se referido a uma mãe de santo como “macumbeira” e ameaçou demitir servidores da autarquia que não estivessem comprometidos com a demissão de “esquerdistas”.
Em discurso, o deputado Doriel Barros (PT) declarou-se indignado e questionou a escolha de Sérgio Camargo para ocupar a presidência de uma fundação que, segundo seu próprio estatuto, tem como missão os preceitos constitucionais de reforços à cidadania e o fomento do direito de acesso à cultura e à ação do poder público na preservação das manifestações afro-brasileiras.
“Como quilombola que sou, não posso deixar de apresentar minha indignação perante essa frase, vinda do representante de uma entidade que deveria apoiar movimentos em defesa da democracia e do respeito aos negros. São essas pessoas que Jair Bolsonaro indicou e tem por perto. Os discursos do presidente e de seus aliados têm naturalizado tudo o que é perverso”, afirmou Doriel.
Em aparte, os deputados Isaltino Nascimento (PSB) e Teresa Leitão (PT) também repudiaram o teor do discurso de Sérgio Camargo. “Temos um racista na Fundação Palmares, que fala palavras absurdas sobre o movimento negro e mostra a falta de compromisso do Governo Federal em avançar nessa questão”, disse o socialista. “A violência praticada contra o povo negro hoje tem o aval de quem deveria estar ocupando o organismo estatal para defendê-lo”, acrescentou a petista.
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